29 de março de 2010

Museu do crime, Museu da Policia civil

Posted by with 3 comments
No fim de um corredor, no segundo pavimento do enorme prédio da Polícia Civil na Cidade Universitária, fica o Museu do Crime. Atrás das portas duplas que separam o visitante da entrada, um acervo um tanto macabro discorre sobre drogas, falsificações, acidentes de trânsito, incêndios, armas, crimes e criminosos famigerados. Alguns desses temas podem ser um verdadeiro desafio para os estômagos mais sensíveis.
Antes de começar o passeio, é preciso desligar o celular e preencher um cadastro extenso. Menores de 16 anos não entram desacompanhados. Também não é permitido entrar trajando bermuda ou short.

Uma atração interessante é a exposição de fotografias de grandes incêndios, como o do Edifício Joelma, em 1974. As imagens dos acidentes de trânsito também chamam a atenção: há fotos antigas, do começo do século, com cenas aparentemente bucólicas de ruas antigas da cidade e um ou outro carro amassado - muitas vezes com um bonde ao lado.

Um dos ambientes mais procurados é a seção de delitos famosos. Casos antigos, como o Crime da Mala, ocorrido em 1928, quando José Pistone asfixiou sua esposa Maria Fea Pistone até a morte. Para livrar-se do corpo, empacotou-o em uma mala e despachou pelo porto de Santos para um suposto Ferrero Francesco em Bordeaux, na França. A mala, apreendida pela polícia, é um dos artigos raros do museu. Dentro dela, uma boneca de cera exemplifica como Maria Fea foi esquartejada para caber no espaço.

Os 600 metros quadrados da instituição guardam fotos, documentos, armas, drogas, máquinas de azar, móveis e instrumentos utilizados pela polícia em décadas passadas.
O local abriga também armas usadas em crimes – facas, revólveres, espingardas, metralhadoras – , objetos inusitados feitos por criminosos, como solda empregada para produzir jaula que serviu de cativeiro.

Outros destaques: tatuagens feitas na cadeia, imagens de homicídios e suicídios e sala de simulação de crimes (aberta somente para o treinamento de futuros policiais). Vale a pena ver também as fotos de acidentes de trânsito clicadas nos anos de 1925 a 1975, quando ainda era possível contar nos dedos o número de carros que circulavam pelas ruas da cidade.

Droga no sapato

Um dos assuntos que mais despertam a atenção dos escolares é a exposição das amostras de drogas: cocaína, maconha e crack. Há também uma curiosidade: um sapato apreendido na década de 20, usado para transportar droga.
De forma didática, um quadro indica as características de cada substância e suas conseqüências ao organismo. Durante a monitoria os monitores fazem questão de destacar essa ala e mostrar aos visitantes o risco que o consumo representa.
O principal público do museu são os estudantes, professores, médicos, dentistas, policiais e interessados no assunto. São mil visitas por mês.

“Alunos são atraídos pelo tema que aborda drogas, pois é comum os educadores solicitarem trabalhos a respeito desse assunto. Médicos e dentistas preferem as exposições vinculadas à Medicina Legal”, avalia a responsável pelo museu, Armenui Herbella Fernandes.

O estabelecimento serve de apoio didático e técnico aos policiais civis que realizam cursos e treinamentos na Academia da Polícia Civil (Acadepol), instalada no mesmo local. Todos os profissionais das 14 carreiras da corporação (que exigem ensino fundamental, médio ou superior) passam pela aula prática do museu. Os cargos são de delegado, perito criminal, médico-legista, escrivão, atendente de necrotério e auxiliar papiloscopista.

Maníaco do Parque
“Aqui é muito mais que um espaço expositivo. Oferecemos clima de sala de aula e verdadeiro laboratório de ensino policial”, enumera o delegado do serviço de apoio técnico, Ricardo Stanev. Frisa que além de conservar o patrimônio da polícia civil, o espaço contribui para a formação de novos agentes.

A descrição do criminoso sexual, o motoboy Francisco de Assis Pereira, conhecido como Maníaco do Parque está no acervo da entidade. Ganhou o apelido porque atraía suas vítimas com falsas promessas de emprego até o Parque do Estado, na divisa entre São Paulo e Diadema. Lá elas eram violentadas e, algumas, assassinadas. O homem foi preso aos 30 anos, em agosto de 1998, e condenado por roubo, estupro e atentado violento ao pudor.

Chico Picadinho
Outro caso de repercussão foi o de Chico Picadinho. A instituição exibe as fotos das prostitutas mortas e descarnadas após a ação do assassino. Este caso é um dos motivos pelos quais só é permitida a entrada de maiores de 16 anos.
Camilo Pastor Veiga faz o curso de formação de delegado na Acadepol e visita o museu pela segunda vez: “O que mais me chama a atenção é a disposição das fotos sobre homicídio, infanticídio e suicídio, deixando bem claro para os leigos o conceito de cada um”. O futuro delegado elogiou o didatismo do museu. “Vir aqui acrescenta muito na minha carreira profissional”.

Até meados de 2005, o local era chamado de Museu do Crime. Suas origens vêm dos anos 20, quando peças do cotidiano eram expostas em armários nas salas de aula da Escola de Polícia e serviam como ilustração às aulas ministradas. Em 1952, o acervo foi aberto ao público pela primeira vez. Dezoito anos mais tarde, o espaço se estabeleceu em seu endereço atual. Em 2005, foi assinado decreto criando oficialmente o Museu da Polícia Civil.

SERVIÇO
Museu da Polícia Civil
Praça Reynaldo Porchat, 219 – Cidade Universitária
Idade mínima: 16 anos
De terça a sexta-feira, das 13 às 17 horas
Último sábado do mês, das 9 às 12 horas
Entrada franca
Não abre em feriados
É necessário agendamento para grupos acima de 10 pessoas
Telefone (11) 3039-3400
Site www.policiacivil.sp.gov.br/academia/museu_policia.htm

3 comentários:

Van =) disse...

Tem um selinho dedicado à você no meu blog!Esse é o meu primeiro selinho para vcs.Passa lá para pegar!Bjokas e boa semana.

Ana Rita disse...

Vi essa matéria no Amauri Jr (fico altas acordada). Achei interessante... Outra coisa... Eu sigo seu blog mas as atualizações não aparecem no meu blog. Acho estranho.
Beijinhos!

Anônimo disse...

Bom Diaaaaaaaaaa!
Passando para deixar meu carinho
e lhe desejar um excelente dia beijos fica com Deus:)